Sou pela gargalhada de uma criança, gosto de uma boa aula de yoga e raramente saio de casa sem um livro para ler à primeira oportunidade. Dou-me com toda a gente, mas não sou de muitas palavras, costumo ver facilmente os dois lados da questão e por isso defender ideias não é o meu forte.
Ouço as histórias que ninguém
conta e tento encontrar palavras que lhes deem corpo e alma. E às vezes parece
que pressinto aquilo que ninguém conta porque as pessoas nem sequer sabem que
guardam em si esses mistérios. Adivinho pessoas que se escondem atrás das
janelas com medo de escancarar as suas vidas em cidades fechadas. Assisto à passerelle
louca de barulho e de fumo de veículos
que ocupam as artérias principais da cidade e vislumbro ali espaços de
encontro e de mãos dadas. Contemplo os
olhos da minha filha e vejo o brilho de um futuro limpo e luminoso.
A cidade é a amiga que me ofereceu de prenda uma bicicleta como forma de me dar as boas-vindas. Eu tinha acabado de chegar, de mudar de trabalho e de casa e de me deixar mudar pela vida. Agradeci e experimentei o presente, não posso dizer que seja maluca por bicicletas, mas respeito mais a cidade agora. E é a circular com a minha energia que respiro o futuro, manchado de cores e cheiros de tantos ciclistas urbanos que gritam “é possível ser feliz, fazendo os outros felizes” e regam com o seu suor as flores novas dos passeios.
Eu não sou amante de bicicletas,
mas não deixo de me emocionar com a sua leveza de mariposas esvoaçantes.
Daniela Costa
Beleza, graciosidade, grandeza é disso que todos somos feitos... mas nem sempre a grandeza e a graciosidade são percebidas, muito menos pelas massas.
ReplyDeleteContudo, a vida rega as flores com seu suor... deixemos o suor formar gotinhas sobre a pele e deixemos que as flores o observam em vida nova...
Matas-me, paras-me e renovas o meu olhar, para além do visível e pela mão levas-me um pouco mais perto da essência...
Gratias